Técnicas de Coleta de Dados

Coleta de Dados

É uma fase intermediária da pesquisa descritiva. Pode-se afirmar que é o conjunto de diversas etapas ou passos que devem ser dados para a realização do estudo. Um caminho ordenado e sistemático que se percorre na busca dos dados.

Video sobre a Ferramenta

Definição – O que?

É uma fase intermediária da pesquisa descritiva. Pode-se afirmar que é o conjunto de diversas etapas ou passos que devem ser dados para a realização do estudo. Um caminho ordenado e sistemático que se percorre na busca dos dados. Ocorre após a escolha e delimitação do assunto, a revisão bibliográfica, a definição dos objetivos, a formulação do problema e das hipóteses e a identificação das variáveis.

Utilidade – Para que?

As técnicas de coleta de dados possuem diversas finalidades, dentre elas:

– Definir um problema com maior precisão;

– Desenvolver hipóteses sobre esse mesmo problema;

– Analisar comportamento e preferências;

– Otimizar estratégias a qualquer momento;

– Transformar dados brutos em insights estratégicos para melhorar os processos internos e as tomadas de decisões das empresas.

Procedimento – Como?

Existe a triangulação de técnicas de coleta de dados. São elas: a entrevista, o formulário e o questionário (a observação direta está implícita em todos).

Pode ser uma coleta de dados qualitativa ou qualitativa. Os dados quantitativos apresentam os números que comprovam os objetivos gerais da pesquisa, enquanto dados qualitativos permitem compreender a complexidade e os detalhes das informações obtidas. Representada na figura a seguir:

A) Questionários

É uma técnica de custo razoável, garante o anonimato e pode conter questões para atender a finalidades específicas de uma pesquisa. Fazem uso de materiais simples e podem ser aplicados individualmente ou em grupos. Incluem questões abertas, fechadas, de múltipla escolha, de resposta numérica, ou do tipo sim ou não.

As etapas necessárias para o desenvolvimento de um questionário são:

1. Justificativa;

2. Definição dos objetivos;

3. Redação das questões e afirmações;

4. Revisão;

5. Definição do formato;

6. Pré-teste;

7. Revisão final.

Os questionários podem ser de quatro tipos diferentes:

– Estruturado não disfarçado: no qual o respondente sabe qual é o objetivo da pesquisa, o questionário é padronizado e são utilizadas prioritariamente questões fechadas;

– Não estruturado não disfarçado: são empregadas questões abertas e o respondente conhece os propósitos da pesquisa;

– Não estruturado disfarçado: é um modelo que usa técnicas projetivas (que são associações de ideias, com a possibilidade de completar sentenças ou contar histórias) com o intuito de obter indiretamente as informações, sem que o respondente descubra a intenção da pesquisa;

– Estruturado disfarçado: aplica o recurso do cruzamento e tabulação de informações no sentido de descobrir indiretamente as informações desejadas.

OLIVEIRA (1997) afirma também que a seleção do instrumento de coleta de dados depende dos objetivos da pesquisa e dos recursos financeiros disponibilizados para a realização do estudo.

B) Entrevistas

É um método flexível de obtenção de informações qualitativas sobre um

projeto. Requer um planejamento prévio e habilidade do entrevistador para seguir um roteiro. Fornece uma quantidade de informações maior que a do questionário, por exemplo.

O desenvolvimento de questões para entrevista deve considerar alguns aspectos, são eles:

– Adaptar a linguagem ao nível do entrevistado;

– Evitar questões longas;

– Manter um referencial básico para a entrevista;

– Sugerir todas as respostas possíveis para uma pergunta, ou não sugerir nenhuma.

Algumas habilidades desejáveis no entrevistador são:

– Conhecimento do assunto objeto da entrevista;

– Capacidade de síntese de decisão;

– Boa comunicação oral;

– Colocação parcial perante o entrevistado;

– Auto-controle emocional.

 

C) Formulários

É um formulário para o registro de dados de um produto ou processo em categorias ou incrementos pré-estabelecidos. Os formulários de coleta de dados podem ser usados para “conferir” os atributos de um serviço em um banco de dados.

Um formulário de coleta de dados lista os itens, atividades, números, etc, que o usuário espera encontrar.

As vantagens do formulário de coleta de dados são as seguintes:

1. Facilidade de coleta de dados;

2. Simplificação das análises;

3. Ajuda no planejamento dos ciclos de melhoria.

Alguns autores consideram mais essas seguintes ferramentas:

 

D) Observação Direta

Baseia-se na atuação dos observadores treinados para obter determinados tipos de informações sobre resultados, processos e impactos. Requer um sistema de pontuação definido, treinamento adequado, supervisão durante aplicação e procedimentos de verificação periódica para determinar a qualidade das medidas realizadas.

A observação depende mais da habilidade do pesquisador em captar informação através dos 5 sentidos, julgá-las e registrá-las com fidelidade do que a capacidade das pessoas de responder as perguntas ou se posicionar diante de afirmações.

 

D) Registros Institucionais (Análise Documental)

Foi uma das primeiras fontes de informação a serem consideradas na cultura organizacional. Seu uso reduz tempo e custo de pesquisas de avaliação. Além de ser instável e não depender de uma forma específica para ser coletada.

Dependendo de algumas variáveis, como o desenvolvimento da estrutura e funcionamento dos sistemas por exemplo, pode haver uma dificuldade com essa técnica, pois:

– Nem todos os dados estão completos;

– Os dados disponíveis estão excessivamente agregados, dificultando seu uso;

– Mudanças de padrões com o tempo inviabilizam a comparação entre dados em épocas diferentes;

– Dados só são disponíveis para uso confidencial.

 

E) Grupos Focais

É um grupo de discussão informal e de tamanho reduzido, com o propósito de obter informação qualitativa em profundidade. Os participantes são incentivados a conversar entre si, e essa conversação é conduzida por um moderador, cuja regra central é incentivar a interação entre os participantes.

O objetivo de qualquer Grupo focal, é revelar as percepções dos participantes sobre os tópicos em discussão. Suas principais características são:

– Cada grupo é organizado com um pequeno número de pessoas (12) para incentivar a interação entre os membros;

– Cada sessão dura aproximadamente 90 minutos;

– A conversação concentra-se em poucos tópicos (no máximo 5 assuntos);

– O moderador tem uma agenda onde estão delineados os principais tópicos a serem abordados;

– Há a presença do observador externo, que não se manifesta, para captar reações dos participantes.

O GF obtém dados qualitativos, enquanto que questionários obtém dados quantitativos;

O GF usa pequenos grupos, já os questionários requerem grandes amostras;

O GF não é útil para interferências precisas a respeito de toda população;

O GF utiliza questões e respostas não estruturadas, já os questionários utilizam questões padronizadas e pré codificadas.

Aplicação

As técnicas de coletas de dados podem ser aplicadas em qualquer pesquisa que seja necessário um conjunto de respostas para serem analisadas, pois servirão de insumos para planejar estratégias para o trabalho em questão.

Referências

ABIB, G.; HOPPEN, N.; HAYASHI JUNIOR, P. Observação participante em estudos de administração da informação no Brasil. Revista de Administração de Empresas, v. 53, n. 6, p. 604-616, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rae/v53n6/08.pdf.Acesso em: 03 out. 2020.

 AEKER, D.; KUMAR, V.; DAY, G. Marketing research. John Wiley & Sons, Inc. 1995.

AGAMBEN, G. O que é o contemporâneo e outros ensaios. Chapecó/SC: Argos, 2009.

AGUIAR, S. Integração das Ferramentas da Qualidade ao PDCA e ao Programa Seis Sigma. Belo Horizonte: Editora de Desenvolvimento Gerencial, v.1, 2002.

ANTONY, J. Some pros and cons of Six Sigma: an academic perspective. The TQM Magazine, v. 16, n.4, p. 303-306, 2004.

ARTESANATO. mg.gov.br, 2020. Disponível em: https://www.mg.gov.br/conheca-minas/artesanato. Acesso em: 08 jul. 2020.

BABBIE, Earl. Métodos de pesquisa de Survey. Tradução de de Guilherme Cezarino. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.

BAKER, R.; BLUMBERG, S. J.; BRICK, J. M.; COUPER, M. P.;COURTRIGHT, M.; DENNIS, J. M.; DILLMAN, D.; FRANKEL, M. R.; GARLAND, P.; GROVES, R. M.; KENNEDY, C.; KROSNICK, J.; LAVRAKAS, P. J. Research Synthesis: AAPOR Report on Online Panels. Public Opinion Quarterly v. 74, n. 4, p. 711-781, dez./fev. 2010.

BERKENBROCK, T. et al. Estudo do Trabalho Padrão em linhas de montagem de refrigeradores. 2019. In: XXIX Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Salvador, Bahia, Brasil. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2009_tn_stp_091_615_14315.pdf. Acesso em: 21 set. 2020.

Universidade Federal Fluminense - UFF Volta Redonda

Av. Dos Trabalhadores n.º 420 – Vila Santa Cecília – Volta Redonda – RJ- CEP:27255125

Projeto Lean na UPA 24H (Ministério da Saúde)
projetoupa.labdge.proppi@id.uff.br

© Copyright 2022. UFF - Todos os direitos reservados.

Skip to content